Tiago Berenguer sobe no ‘ranking’ mundial… e sente o peso da intensidade!

                                                                 Por António Vieira Pacheco

A comitiva lusitana presente no último Open de Espanha.
Créditos: FPB. Os portugueses que estiveram presentes na cidade espanhola de Alicante.

Uma maratona para a juventude

Nos últimos Internacionais U19 de Espanha, em Alicante, Tiago Berenguer confirmou o seu enorme potencial ao chegar aos quartos de final. 

Um desempenho que permitiu subir para o primeiro lugar no ‘ranking’ europeu de singulares e ao nono posto mundial de sub 19, somando 1100 pontos (800 efetivos) em solo espanhol. Contudo, essa subida veio acompanhada de um preço: uma lesão que obrigou abandonar o encontro dos quartos de final no início do segundo parcial, provocada pelo esforço intenso em somente três dias de competição. Amanhã, Berenguer será avaliado para determinar a extensão da lesão no gémeo.

Para jovens atletas como o insular, três dias consecutivos de jogos são pouco tempo para recuperação. A exigência física e mental destes escalões é enorme, e o corpo sente o impacto do ritmo acelerado, mesmo quando a vontade é de avançar sem limites.

A lesão de Berenguer lembra que, por mais talentoso que seja o atleta, o descanso é parte vital do percurso. O seu momento de pausa, embora amargo, é essencial para o futuro brilhar ainda mais forte, protegendo a saúde e a longevidade da carreira.

Lições para o futuro

A experiência do melhor atleta da atualidade é um lembrete poético da complexidade entre a ambição e os limites do corpo. Nos escalões jovens, a intensidade das provas exige equilíbrio entre a entrega e o cuidado, para que o talento possa florescer com saúde.

Mas a culpa não é do atleta que se entrega ao limite, é de quem organiza — tanto os promotores locais quanto a federação internacional — que impõem três encontros num só dia, com pouco tempo para descanso, uma pressão que pesa no corpo e na alma.

É nesse equilíbrio delicado que se encontra a essência do caminho dos jovens atletas — entre o brilho dos pontos conquistados e o silêncio necessário para curar e crescer. Porque cada lesão, cada pausa, é uma página escrita no livro do futuro, onde o esforço se transforma em sabedoria e o corpo aprende a dançar no compasso do tempo.

 Berenguer quinto no ‘ranking’ da Europa de sub 17

No ‘ranking’ do circuito europeu de sub-19, Berenguer subiu ao quinto lugar, enquanto Alexandre Bernardo trepou para o 10.º lugar com 125 pontos, e Mafalda Avelino mantém-se no 14.º lugar no setor feminino com 90 pontos.

Mafalda e Érica Glória subiram muito nos pares femininos, para 34.º e 42.º, respetivamente, após conquistarem a medalha de bronze.

No setor masculino de pares, Berenguer e Bernardo caíram no ‘ranking’ devido à ausência nas últimas provas, mas Hugo Campos e Francisco Daniel entraram na tabela europeia na 234.ª posição.

Nos pares mistos, Berenguer mantém-se o melhor representante nacional, mas Érica Glória e Bernardo estão a somente um ponto de distância, numa luta apertada.

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