Madeirense Tiago Berenguer assegura: 'Prometo regressar mais forte'

                                                         Por António Vieira Pacheco

Madeirense assegura que voltará mais forte após a lesão.

Créditos: FPB. Berenguer já está na Madeira, após lesão.


 Quando o corpo fala mais alto

Nem sempre o campo mostra aquilo que treinámos. E nem sempre o corpo acompanha a alma que quer voar.
Para Tiago Berenguer, os primeiros seis meses deste ano foram duros — como uma sequência de partidas jogadas em terreno inclinado, onde a maior batalha não foi contra os adversários, mas contra os próprios limites físicos.

“Embora estes dois torneios não tenham corrido como desejava, levo comigo aprendizagens importantes.”

Com uma recente lesão no gémeo, cada jogo foi uma batalha silenciosa para o madeirense, marcada por desconforto, limitação e superação interior. A dor torna-se companhia e a paciência, um novo tipo de treino.

Nos bastidores da superação

O desporto de alto rendimento exige não só talento, mas também capacidade de resistir quando tudo parece falhar.
Berenguer não esconde as dificuldades, mas também não se esconde delas. Fala delas com frontalidade e humildade — porque crescer exige verdade.

“Cada jogo foi uma luta contra o meu próprio corpo. Apesar disso, a vontade de melhorar continua forte.”

Essa frase diz muito. Há algo de profundamente humano em continuar a tentar mesmo quando o corpo solicita pausa. Existe coragem em reconhecer que não se esteve ao melhor nível — e mais ainda em continuar com esperança.

Os erros e os ecos

Num percurso feito de altos e baixos, Berenguer assume também a responsabilidade por decisões e abordagens que não correram como desejava:

“Reconheço que cometi alguns erros, mas também senti que foi uma experiência importante.”

A maturidade desportiva revela-se aqui: não na negação das falhas, mas na sua transformação em lição. Os erros, quando encarados com lucidez, tornam-se degraus. Não diminuem o atleta — refinam-no.

Mesmo nos momentos difíceis, há algo que não faltou: o apoio de quem acredita. Treinadores, colegas, família, fãs — todos têm um papel invisível, mas essencial.

“Agradeço o carinho recebido.” Essas palavras simples encerram uma verdade maior: o caminho do atleta não se faz sozinho. O carinho, os gestos, as palavras trocadas nos bastidores ou nas redes sociais criam âncoras emocionais. São elas que seguram quando o resto treme.

Promessa de regresso

E, por fim, fica o que verdadeiramente importa: a promessa de voltar. Não como quem esquece o que passou, mas como quem integra a dor, significa a queda e renasce com mais força.

“Prometo voltar mais forte, recuperado e motivado.” Essa promessa é feita não só a quem o segue, mas a si. É uma escolha de recomeço. E, no desporto — como na vida — são essas escolhas que nos tornam campeões antes mesmo de vencermos qualquer título.

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