Relva rente ao sonho: Cabral e Miedler caem nos detalhes em Estugarda

                                                                            Por António Vieira Pacheco
Já fomos! Talvez diga Cabral ao seu parceiro.
Créditos: FPT. Cabral sussurra a Miedler para talvez dar uma sugestão na resposta ao serviço.

Dois tiebreaks, uma dor: Cabral cai de pé em Estugarda

Francisco Cabral esteve a dois tiebreaks de fazer história. O portuense de 28 anos e o seu parceiro austríaco, Lucas Miedler, procuravam alcançar a primeira final ATP da carreira do português em relva — e não faltou muito.

Na meia-luz do fim de tarde em Estugarda, a dupla luso-austríaca caiu diante de Santiago Gonzalez (México) e Austin Krajicek (EUA), segundos cabeças de série, com parciais de 7-6(5) e 7-6(3), ao cabo de 1h45 de luta milimétrica.

Não houve quebras de serviço. Mas houve tensão em cada devolução, milímetros entre a glória e o quase. Cabral e Miedler até criaram mais oportunidades de break — quatro contra dois — mas não conseguiram converter nenhuma. Os tiebreaks foram o veredito. E ali, os favoritos não falharam.

A relva é um palco traiçoeiro

A relva — superfície onde a bola escapa, salta menos, exige instinto — não perdoa hesitações nem falhas de leitura. E embora não tenham vencido, Cabral e Miedler confirmaram-se como dupla competitiva, capaz de pôr em xeque os nomes grandes do circuito.

A jornada prossegue agora em Halle, no ATP 500 alemão, onde disputarão o qualifying. Mais uma oportunidade, mais um degrau nesta caminhada que o portuense vai desenhando, ponto a ponto, corte a corte.

Porque no ténis, como na vida, às vezes é preciso perder por dois tiebreaks para entender o quanto já se avançou.


 

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