Carlos Alcaraz assina obra-prima em Paris

                                                           Por António Vieira Pacheco
Espanhol vence Roland Garros com reviravolta épica.
Créditos: AP Photo: Carlitos abraça o caneco após 5h29 minutos de contenda.

Paris rendeu-se à resistência de um campeão!

O espanhol Carlos Alcaraz transformou a Philippe Chatrier num palco de pura sobrevivência emocional. Este domingo, o espanhol, de 22 anos, protagonizou uma das maiores reviravoltas da história moderna ao conquistar Roland Garros 2025, numa final épica frente ao italiano Jannik Sinner que durou cinco horas e 29 minutos — a mais longa de sempre no Grand Slam francês.

O jogo parecia entregue ao italiano, frio como aço, regular como um metrónomo. O próprio Alexander Bublik já o apelidara “robô”, na conferência de imprensa após a eliminação nos quartos de final, meio robô, meio Rambo, intitula o Entrar no Mundo das Modalidades. Mas Alcaraz — espanhol de sangue quente e coração elétrico — conseguiu o impossível: desligar o robô no momento certo.

Após perder os dois primeiros ‘sets’ e de estar em desvantagem no terceiro, com match points contra no quarto, Alcaraz foi buscar forças onde poucos conseguem. Ponto a ponto, como quem esculpe uma estátua sob pressão, virou o destino ao contrário e incendiou Paris.

Uma vitória para a história do ténis

A final mais longa de Roland Garros.
Créditos: AP Photo. Duração do encontro.
Com parciais de 4-6, 6-7 (4), 6-4, 7-6 (3) e 7-6 (2), o murciano juntou-se a um clube muito exclusivo: somente Gaston Gaudio (2004) e Novak Djokovic (2019) venceram uma final de Grand Slam após perder os dois primeiros ‘sets’.

Esta vitória não foi somente tenística. Foi emocional, estratégica e simbólica. Alcaraz mostrou que, por mais afinado que seja o algoritmo adversário, há momentos em que a alma humana dá erro no sistema.

Sinner foi gigante, sim. Mas do outro lado estava um jovem que já joga como se tivesse 30 anos de experiência — com a ousadia de quem ainda acredita que tudo é possível.

Em Paris, nasceu mais uma lenda — e não foi programada. Foi feita de instinto, coração e… timing para puxar o cabo da ficha.



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