Nuno Borges com triunfo épico sobre Ruud
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: Direitos Reservados. Que vitória, senhor Lidador! |
Um feito no coração de Paris
Num final da manhã parisiense, entre
a poeira vermelha de Roland Garros e os aplausos ecoados no Court Suzanne
Lenglen, Nuno Borges escreveu um dos capítulos mais gloriosos da
história do ténis português. Frente ao norueguês Casper Ruud, número sete do
‘ranking’ ATP e finalista das últimas duas edições do torneio, o maiato assinou
um feito inédito: venceu por 2-6, 6-4, 6-1 e 6-0, carimbando a passagem à
terceira ronda de um Grand Slam — algo nunca alcançado por um tenista português
em solo francês.
A viragem após um início tremido
Foi uma viragem de enredo que parecia
saída de um romance desportivo. Depois de um primeiro ‘set’ dominado por Ruud, o
maiato reergueu-se com uma calma imensa, como quem ouve a própria respiração a
sincronizar-se com o ritmo da terra batida. O que se seguiu foi uma avalanche
de talento e determinação que varreu o favorito com três parciais demolidores.
Quebrar a malapata frente ao top 10
Até esta quarta-feira, Borges
carregava um fardo difícil: 13 derrotas em 13 encontros frente a jogadores do
top 10. Mas bastou um dia, uma raquete firme e uma crença inabalável para
quebrar a maldição. Fê-lo melhor do que qualquer outro português antes
dele, ao ser o primeiro homem luso a derrotar um top 10 num torneio do
Grand Slam.
Mais ainda, Roland Garros era o
último reduto por conquistar para o ténis masculino nacional, onde nenhum
jogador havia ultrapassado a segunda ronda. Esse muro caiu hoje, derrubado por
um Borges em plena maturação desportiva e emocional.
Portugal com nome gravado na terra batida
Se entre as senhoras Michelle Larcher
de Brito já havia deixado marca ao atingir a terceira ronda em 2009 e ao bater
Sharapova em Wimbledon 2013, agora é o nome de Nuno Borges que se inscreve, com
tinta dourada, na história do desporto português.
Roland Garros não será mais o mesmo —
e Portugal também não. O ténis nacional confirmou uma referência. O Lidador provou que a terra batida também pode ser chão firme para sonhos improváveis.
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