Nuno Borges apurado para os primeiros quartos de final da carreira em relva

                                                           Por António Vieira Pacheco

Lidador nos quartos de final sem jogar.
Créditos: ATP Tour. Lidador não necessitou de jogar a segunda ronda nos Países Baixos.

                        Descanso inesperado para o Lidador

A temporada de relva ainda agora começou, mas Nuno Borges já escreveu uma nova página na sua carreira. O tenista português, atual 38.º do ‘ranking’ ATP, apurou-se para os quartos de final do ATP 250 de ‘s-Hertogenbosch, nos Países Baixos, aproveitando a desistência por lesão de Otto Virtanen na segunda ronda.

O embate entre Borges e Virtanen, que devia disputar-se esta quinta-feira, nem sequer realiza-se. E o finlandês, número 101 mundial e um dos jogadores em melhor forma no circuito de relva — após vencer o Challenger de Birmingham —, anunciou hoje que sofreu uma lesão no do ligamento do joelho direito no encontro da primeira ronda. Como, tudo indica, é uma lesão grave, foi forçado a abandonar o torneio.

Com isso, Borges garante automaticamente a presença nos quartos de final de um torneio ATP em relva pela primeira vez na carreira, marcando o sexto apuramento para os “quartos” em torneios deste nível. É um marco significativo para o jogador natural da Maia, que dá assim mais um passo na adaptação à superfície mais exigente do calendário profissional.

Estreia positiva, avanço inesperado!

O português estreou-se na competição na segunda-feira com uma exibição segura. Agora, como anúncio da desistência adversária, Borges terá mais tempo para recuperar fisicamente e preparar aquele que será o maior teste até agora nesta curta época de relva.

Nos quartos de final, o português terá pela frente o vencedor do duelo entre o francês Ugo Humbert (20.º ATP e segundo cabeça de série) e o britânico Daniel Evans (217.º), que entrou no torneio vindo do qualifying, mas traz consigo a experiência de quem já foi top 30 mundial.

Ambos representam obstáculos distintos. Humbert, canhoto talentoso e especialista em superfícies rápidas, é um dos jogadores mais consistentes em relva do circuito. Já Evans, embora mais irregular em 2024, é perigoso quando encontra ritmo e motivação.

Relva, uma superfície que desafia e recompensa

Apesar de ser uma superfície que tradicionalmente desafia os jogadores portugueses, a relva pode vir a revelar-se mais amiga de Borges do que inicialmente previsto. A sua solidez de fundo, boa leitura de jogo e capacidades táticas oferecem-lhe armas para se adaptar e surpreender.

A presença nos quartos de final é também importante do ponto de vista pontual e financeiro, permitindo-lhe consolidar a posição dentro do top 40 e continuar a ganhar ritmo e confiança antes do próximo grande desafio: Wimbledon.


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