Francisco Cabral derruba favoritos e avança na relva de Estugarda

                                                         Por António Vieira Pacheco
Dupla luso-austríaca nas meias-finais de pares do ATP 250 de Estugarda.
Créditos: FPT. Lucas Miedler e Francisco Cabral, uma dupla de sucesso.

Vitória brilhante em relva alemã

Francisco Cabral e o austríaco Lucas Miedler continuam a escrever juntos uma narrativa de afirmação e ambição no circuito mundial de ténis. Em Estugarda, palco nobre do ATP 250 disputado sobre relva, a dupla luso-austríaca eliminou esta quinta-feira os segundos cabeças de série, os franceses Sadio Doumbia e Fabien Reboul, garantindo um lugar nas meias-finais da competição — um feito inédito para o português nesta superfície.

Um triunfo com assinatura própria

Numa exibição sólida e madura, Cabral e Miedler derrotaram os franceses pelos parciais de 6-4 e 6-4. A vitória foi tanto técnica como emocional, frente a uma das duplas mais bem cotadas do torneio — Doumbia e Reboul ocupam atualmente os 28.º e 22.º lugares do ‘ranking’ ATP de pares, respetivamente.

Classificados no 50.º (Cabral) e 55.º (Miedler) lugares da hierarquia, os vencedores demonstraram segurança no serviço, coordenação tática e uma leitura exemplar do jogo na relva — superfície onde o português ainda não atingiu semelhante patamar competitivo.

Primeira meia-final em relva

Com este resultado, Cabral alcança a 13.ª meia-final da sua carreira em torneios ATP. Esta é a segunda com Miedler (a anterior foi em Genebra, há menos de um mês) e, acima de tudo, a primeira vez que o especialista português chega tão longe num torneio de relva.

A consistência que Cabral mostra nos pares é fruto de uma transição bem conseguida entre superfícies e da cumplicidade crescente com o austríaco, parceiro habitual nos últimos meses. Em Estugarda, mostram-se como sérios candidatos a um lugar na final.

Rumo à sexta final ATP

Para chegarem à final e lutar pelo título, o portuense e o seu parceiro terão agora pela frente uma tarefa exigente: defrontarão os vencedores do embate entre os brasileiros Rafael Matos e Marcelo Melo (quartos cabeças de série), ou a dupla formada pelo mexicano Santiago Gonzalez e o norte-americano Austin Krajicek — este último antigo número 1 mundial de pares.

Independentemente do desfecho, o feito já alcançado representa uma marca histórica na carreira do portuense. É também um sinal claro de que o ténis português continua a afirmar-se, com determinação e talento, no panorama internacional.

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